Feliz ano novo! ❤

Lu Brito
4 min readJan 1, 2022

2021 foi um ano atípico em todos os sentidos. Estive ele inteiro na casa da minha mãe em um quartinho improvisado trabalhando, pesquisando e lutando para finalizar as disciplinas do doutorado. Uma jornada que me tomava quase todo o tempo, mas que foi extremamente gratificante e me realizou muito.

Da varanda de minha mãe eu pude contemplar a natureza nos momentos em que eu precisei trocar o pensamento excessivamente focado para um mais divergente. De vez em quando um beija-flor passava na minha frente. Borboletas também, das mais variadas cores.

Quanta saudade esse ano irá deixar. Dos passeios introspectivos pela orla de Itaipuaçu, às conversas intermináveis com os amigos que fiz pela internet e outros que reencontrei virtualmente. Eles foram o meu pilar de força e alegria em um ano difícil de recolhimento.

A fotografia dos volumes ficou de ponta a cabeça :) Vou substituir esta fotografia por uma melhor assim que possível

Um ano de família. Pude visitar o meu pai quantas vezes eu queria, porque estávamos quase vizinhos, coisa rara. Todas as vezes que eu precisei de amor, eu sabia exatamente onde buscar. 2021 para mim foi um ano em que o amor foi mais fácil de encontrar do que o pão em si. Algumas vezes esse amor me trouxe um pão quentinho e um cafezinho também :)

O amor me fez crescer. As novas amizades que fiz na pesquisa me acompanharam por quase todo o ano, em que pude aprender um pouco sobre decolonização, redes sociais, visualização de dados e mexer um pouco com banco de dados, que é algo que eu gosto muito, mas tenho poucas oportunidades de fazer. Eu participei de tantas conferências quanto foi possível. Li autores importantes e fiz amigos que estavam longe geograficamente, mas pertinho em afeto.

Esta sou eu, brincando de tirar fotos para postar nos stories do Instagram durante os momentos de relaxamento necessários :)

Me apaixonei pelas pessoas certas. Aquelas que não deixam de fazer boas críticas construtivas ao meu comportamento e que vibram com até com as minhas pequenas conquistas. Reconheci o amor verdadeiro quando ele se apresentou. Aquele que, entre outras coisas, enxerga as tuas necessidades e potencial e vontades e investe com carinho, delicadamente te fazendo reconhecer-se neste mundo, te humanizando, te mostrando a sua importância em tudo. O amor verdadeiro é aquele capaz de operar as verdadeiras revoluções. Ele é bonito e inteiro. Não significa necessariamente o amor romântico. E é totalmente grátis! ❤❤❤

Trabalhei com pessoas incríveis. Desevolvemos trabalhos delicados, engajados e que me elevaram o nível enquanto pesquisadora, me permitindo entender o que me move nesta vida, de que forma me move e o quanto eu estou disposta a investir de mim para expressar aquilo que acredito. Aqui estão alguns artigos sobre decolonização que eu tive a oportunidade de estudar com um grupo querido de pesquisadores da área de IHC:

  • Delinking: The rhetoric of modernity, the logic of coloniality and the grammar of decoloniality (Mignolo Walter D.)
  • Decolonization is not a metaphor (Tuck Eve; Yang K Wayne)
  • Challenges and Paradoxes in Decolonising HCI: A Critical Discussion (Lazem Shaimaa)
  • Decolonization: Indigeneity, Education & Society (Tuck Eve; Yang K Wayne)
  • Decolonizing Universalism: A Transnational Feminist Ethic (Serene J. Khader)
  • Pedagogy of the Oppressed (Paulo Freire)
  • Speculation and the Design of Development (Sengers Phoebe; Williams Kaiton)
  • Reflections on Assets-Based Design: A Journey Towards A Collective of Assets-Based Thinkers (Wong-Villacres Marisol)

Finalizei o ano com 2 artigos publicados, participei como revisora de uma conferência internacional e de uma escola de sistemas de informação, entreguei uma dissertação e pude aproveitar muitas horas de convivência com a minha família. Poder conjugar trabalho e família não tem preço. Também finalizei com casa nova, novos desafios, novas habilidades para administrar a minha vida própria, amigos mais próximos e uma vida interior ainda mais rica devido às múltiplas perspectivas que eu pude experimentar no contato com novos ambientes, pessoas, sentimentos.

2021 foi o ano em que eu nasci na pesquisa :). Veja que eu ainda não possuo nenhuma citação!

2021 não foi somente de alegrias. Como todos eu presenciei os momentos mais bizarros da necropolítica do governo brasileiro, chorei a perda de pessoas próximas, fiquei de olho para me certificar de que os meus parentes e pessoas queridas estavam cumprindo as normas de isolamento e usando máscaras, se vacinando. Aprendi ainda mais a respeitar a dor alheia, atitude na qual precisamos investir nossos esforços constantes de aprimoramento.

Entro 2022 ainda mais consciente do tanto que preciso melhorar, do meus valores fundamentais e com o frescor resultante da possibilidade de investir em mim e abraçar tantas oportunidades que me foram dadas no ano que passou.

O que eu desejo para o meu novo ano é que eu possa ter mais encontros importantes, momentos de simplicidade e silêncios oportunos, em que eu possa me dar ao luxo de fluir para criar em todos os aspectos da minha vida. E que expressar gratidão seja um ato constante de expressão de alegria e de paz e de amor por todo mundo que colabora com o meu crescimento.

Que 2022 venha para nos mostrar que podemos ainda mais!

--

--

Lu Brito

#computerscience #dataliteracy, PhD student in computer science, #instructionaldesigner, #mountaineer, #rockclimber